" Mas ela gosta de colecionar segredos. Coisas grandes, que ela guarda dentro de uma caixinha. É doce, doce, extremamente doce, tão doce. E ela fica ali, mastigando alegrias. "
( Caio Fernando Abreu )

quinta-feira, 21 de março de 2013

Aos poucos fenece...

Morre a doce intenção de ajudar o próximo, aos poucos a pura vontade vai se amargando...



...No ônibus que frequento para chegar à faculdade, as poltronas são cadastradas de acordo com a ordem de chegada que a pessoa fez a inscrição. Ninguém viaja em pé, cada um senta na poltrona que está cadastrado. Ontem pelo fato de o ônibus de outro destino quebrar, foi preciso que os estudantes viessem em nosso ônibus e ocuparam as poltronas supostamente vazias. As pessoas que sentam regularmente na poltrona, se queixaram de viajarem em pé, não sabendo que seria até o meio do caminho do destino. Uma das pessoas que ficaram em pé foi reclamar com o responsável do ônibus, esse, explicou a situação e relatou que assim como foi com eles, poderia ter sido conosco, pediu nossa compreensão, ao passo que ela replicou, reivindicando seus direitos de posse da cadeira e exclamando que se fosse no ônibus deles, com certeza nós teríamos que levantar para que eles sentassem. Nesse momento, a pessoa que estava sentada do meu lado ofereceu sua poltrona para que ela sentasse, ela, simplesmente rejeitou e em um tom bem áspero, disse que não tinha necessidade e voltou para seu lugar, cheia de ''indignação''. Ao chegar lá falou para seus ouvintes o ocorrido, como se fosse um desaforo o que ela tinha escutado.

...Agora vem a questão...

As pessoas não tem mais amor ao próximo?
O que há de errado em fazer o bem?
O que há de errado em ser cortez e solidário?

O egoísmo e o orgulho dilatam o ego das pessoas, não há mais espaço para cordialidades, as boas ações estão sendo sufocadas pela presunção. É vergonhoso para nós, seres humanos, ''racionais'' que somos, se comportar de uma forma tão 'animalesca' e contrária ao nosso natural modo de agir. Diante dos exemplos de violência 'escarrados' em nossa cara através de programas televisivos, a sensibilidade de entender um gesto solidário é vendada e tratada como um absurdo. 

As pessoas se vêem como concorrência da própria espécie, esquecem de onde viemos e pra onde vamos, esquecem que não somos melhores ou piores, somos iguais, independente de cor, idade, tamanho, religião...     É triste perceber que brigas e desentendimentos acontecem por fatos tão insignificantes, por um mal entendido ou coisa parecida. Me obrigo a pensar que os animais irracionais tem mais domínio de diálogo do que nós, 'supostamente' mais inteligentes.
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