" Mas ela gosta de colecionar segredos. Coisas grandes, que ela guarda dentro de uma caixinha. É doce, doce, extremamente doce, tão doce. E ela fica ali, mastigando alegrias. "
( Caio Fernando Abreu )

domingo, 4 de novembro de 2012

A amar... ou um, ou outro!

Agora, aqui estou, a amar os cães e os gatos. Lindos e amorosos, capazes de completar minha felicidade. Não sei qual escolher.

Antes eu queria o gato. Decidido, imponente, controlando sua própria vida e induzindo o dono a seguir sua rotina, sempre independente, mesmo sabendo que pertence a alguém. Vez ou outra, ronronava em minha pernas, pois, mesmo fazendo besteira, ele sabia que dessa forma, por mais zangada que estivesse eu cederia às suas vontades. Não é constante, seu coração é da Lua, o miados são pra ela, ele some entre as ruas e vielas, mas, sabe que quando  voltar seu espaço estará lá, seu sofá e travesseiro, sua tigela e leite quente... Ah!... Sem esquecer do aconchego, e pra tapear, lambe minha pernas e solta um pouco de miar. Bastava ouvi-lo para desejar nunca mais perdê-lo, nem pra rua, muito menos pra Lua. Mas de tão autossuficiente que é, resolve ir, deve ter encontrado lugar melhor, talvez maior, com um travesseiro mais fofo e mais leite... e com biscoitos!

Tudo bem!
Posso fingir que esqueci!
Não pensei direito ao por meu amor em um gatuno ronronador! 
Pensei: Agora quero o contrário, chega de vender meu coração a crediário!

Achei um cachorro, um pouco acuado, sem regras nem coleira. Levei pra casa, cuidei, ensinei. Esse sim. Me ama de verdade, me espera, me entende...me compreende. Amo quando ele faz festa com a minha volta, nem parece aquele que outrora era cismado. Gosto de ficar com ele, me sinto uma criança em sua companhia. As brincadeiras, as mordidas; Sinto que ele percebe quando estou triste, preocupada ou simplesmente séria. Sempre penso nele, quero e compro o melhor. Sua fidelidade, companheirismo, compreensão, carinho e alegria... me encanta tamanha fofura. Tudo bem, há dias que seu latido me irrita, a teimosia também. Mas no final tudo se resolve com um cafuné e de brinde, levo pra dar um rolé. Foi um sonho encontrar o que me preenchia, mal esperava a hora de sair do trabalho, para correr pra casa e perceber que a um quarteirão da distância ele já se alegrava com minha chegada.

Nem sabia que nesses passeios ao parque e nas esquinas dos quarteirões, algo me observava. Estava tão feliz com meu parceiro de alegria, que já tinha esquecido que fingi esquecer aquele felino. Cansou de miar pra Lua e os biscoitos do pacote acabaram, agora sim ele só queria o leite, sem nem contestar se está frio ou quente. Bastou encostar em minhas pernas para querê-lo de volta, miando em minha casa. Só que havia um belo peludo lá morando e espécies diferentes não ficam em um mesmo lugar contentes.
Quero ficar com os dois, o canino malino e o gato ingrato, mas sei que será eu quem pagará o pato. 

Também pudera, não há acordo, ou um ou outro!

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