Se um dia nóis se gostasse
Se um dia nóis se queresse
Se nóis dois se empareasse
Se juntim nóis dois vivesse
Se juntim nóis dois morasse
Se juntim nóis dois drumisse
Se juntim nóis dois morresse
Se pro céu nóis assubisse
Mas porém acontecesse
De São Pedro não abrisse
A porta do céu e fosse
Te dizer qualquer tulice
E se eu me arriminasse
E tú cum eu insistisse
Pra que eu me arresolvesse
E a minha faca puxasse
E o bucho do céu furasse
Tarvês que nóis dois ficasse
Tarvês que nóis dois caísse
E o céu furado arriassi
E as virgi toda fugissi.
Uma poesia em cordel do poeta Zé da Luz e adaptado pelo cordel do fogo encantado. Como todos ou boa parte de quem conhece a poesia sabe; disseram ao poeta que para falar de amor era necessário um português correto e foi aí que ele mostrou o contrário e escreveu essa linda história. A primeira vez que vi essa poesia me apaixonei, uma professora recitou tão bem, com tanta interpretação que fiquei fascinada, até melhor que o vocalista do "fogo encantado".
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"Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota."
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